link href='http://fonts.googleapis.com/css?family='Manhattan+Darling' rel='stylesheet' type='text/css'/> Mistura Cacheada: Eu não me aceito, e agora?

16 fevereiro 2015

Eu não me aceito, e agora?

Eu preciso ter o cabelo liso para ser igual a todos os outros, preciso ser magra para ser aceita, preciso estar bem vestido para ser reconhecido... Rótulos, rótulos e mais rótulos, impostos por uma sociedade hipócrita e sem escrúpulos. Eu vivi e ainda vivo na pele muito desses rótulos, principalmente pelo meu cabelo cacheado e minha aparência.

Tentar se encaixar nos padrões impostos pela sociedade, pode se tornar um fardo e o peso a ser carregado tende a se tornar maior com o passar do tempo. Uma coisa eu aprendi com a minha experiência, se mudar para ser alguém ou agir de alguma forma que outras pessoas desejam não vale a pena. Nos perdemos no meio de tanta mudança, acabamos esquecendo quem realmente somos e quem eramos antes de toda mudança.


Desde criança nunca aceitei ou gostei do meu tipo de cabelo, só via mulheres com cabelo liso na televisão, quem eu conhecia com cabelo cacheado, já havia alisado ou vivia na base da chapinha, desde criança aprendi que meu cabelo era ruim, por mais que em casa minha mãe tentasse ao máximo cuidar dele, na escola e na rua só escutava péssimos comentários. Me lembro que desde novinha o meu sonho era ter o cabelo liso, ser igual a todo mundo, doce ilusão acreditar que minha vida seria melhor a partir do momento eu me encaixasse na sociedade.

Ter mudado meu cabelo não melhorou nada, acordar mais cedo para fazer chapinha, não entrar na água para não perder todo o trabalho, correr cada vez que ameaçava uma chuva, percebi a tempo que aquilo não era o que eu queria e me dava mais trabalho do que me aceitar e ser quem eu realmente era. Depois de tanto tempo perdido fingindo ser alguém que eu não era, ter assumido quem eu realmente era foi libertador.


Não preciso correr quando a chuva começa, posso dormir até mais tarde, a liberdade de não precisar pentear meu cabelo todo dia é ótimo. Me olham atravessado quando passo por ai com meu cabelo armado? Olham sim, mas isso é um mero detalhe. A sensação de liberdade ao sentir o vento no cabelo e não se preocupar se ele está no lugar que realmente deveria estar é recompensadora.

Nada é melhor que se aceitar e ser quem você realmente é independente de qual rótulo a sociedade te imponha, gordo, magro, alto, baixo, bonito, feio. Se aceitar no começo pode ser uma tarefa difícil e nada simples, é um trabalho duro e que muitas vezes nos dá vontade de desistir e voltar para a ilusão em que vivíamos, porém todo esse trabalho vale a pena, o resultado é satisfatório e nos trará inúmeros benefícios, comece o dia se aceitando e se amando do jeito que é, não deixe uma sociedade mudar seus valores.

Um comentário:

  1. Eu tinha cabelo bem enrolado quando era menor e, bom, detestava. Eu era acostumada a ver as Barbies todas de cabelos lisos e as mulheres na televisão e até as menininhas da minha escola com cabelos lisos. Meu enrolado era bagunçado e eu fica inconformada! Hoje, por mais que meu cabelo tenha mudado, sempre que posso deixo secá-lo ao natural para ver meus cachos e minha "bagunça" que hoje tanto gosto.

    É difícil aceitar quem somos, mas quando o fazemos a sensação é maravilhosa. Fiz um texto sobre isso no blog esses dias e até mencionei a questão de sermos rotulados pelas outras pessoas.

    Adorei seu texto e seus cachos são lindos!
    Beijos,
    Nalu
    http://coisasafiins.blogspot.com

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